segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Minha História de Vaqueiro

Minha história de Vaqueiro
Autor: João Vanildo

Vou contar a minha história
De vaqueiro apaixonado
Por mulher cachaça e gado
E um cavalo arreiado
Pra correr nas vaquejadas
Que é esporte abençoado
II
Minha vida de vaqueiro
Muito cedo comecei
Montando o meu cavalo
Muito gado traquejei
Chiquerava a bezerrama
Muitos garrotes amacei
III
Era só felicidade
Adorava o que fazia
Lutar com o gado
Numa boa montaria
Sonhando ser vaqueiro
Era só o que queria
IV
Quando tinha quinze anos
Por meu pai fui avisado
Sua mãe já fez suas malas
filho seja conformado
Vamos partir bem cedinho
Vai deixar a vida de gado
V
Vou lhe levar pra estudar
Vai mudar de profissão
Esta vida de vaqueiro
Não quero para você não
Dediquei a minha vida
Só restou recordação
VI
Dali parti chorando
Me apertava o coração
Em deixar o meu cavalo
Minhas perneiras
E meu gibão
Minhas esporas penduradas
E as festas de apartação
VII
Até minha namorada
Também tive que deixar
Pra garantir o meu futuro
Eu tive que estudar
Se não fosse por meus pais
Nunca saia de lá
VIII
Quanto mais o carro andava
Mais a tristeza crescia
Em deixar os meus amigos
Minha boa montaria
Ninguém se quer perguntou
Se mesmo que eu queria
IX
Sempre fui obediente
Mas fiquei inconformado
De ter sido daquela forma
Separado do meu gado
Pois o sonho do meu velho
Era que eu fosse advogado
X
Ficava triste a minha vida
Em deixar o meu torrão
Na sala que estudava
Perdia a concentração
Não via chegar as férias
Para passar lá no sertão
XI
Quando dava uma chuvada
Fazendo poças no chão
Só pensava em deixar tudo
Pra cuidar da plantação
Fazer ração para o gado
E montar meu alazão
XII
A saudade bate forte
Da vida do sertão
Muito leite e qualhada
Dos paiol de algodão
Hei de voltar um dia
Pra viver esta emoção


XIII
Reformei a casa velha
As cercas já remontei
Já comprei o meu cavalo
Muito capim já plantei
Pra garantir a água do gado
Um bom poço já cavei
XIV
Agradeço aos meus pais
Pela minha educação
Hoje sou realizado
Na minha profissão
Vou poder conciliar
Com vida no sertão
XV
O Meu Pai já foi chamado
Pras vaquejadas do Céu
Herdei seus estribos
Suas esporas e seu chapéu
Que uso com muito orgulho
Montando meu cavalo XEXEU
XVI
Vou morar na casa velha
Que hoje tá reforma
Levantar bem cedinho
Ao som da passarada
A tarde passar os bois
No parque de vaquejada
XVII
Minha casa tem varanda
Com rede pra descansar
Pra receber os amigos
Tomar café e prosar
Contemplando a natureza
Ao canto do SABIÁ

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